sexta-feira, 26 de outubro de 2007

O menino (2ª parte)



Olhei para o céu... tudo me parecia demais...
O menino agarrou na minha mão e eu voltei a olhar para ele.
Senti o coração oprimido por uma dor que ainda não conhecia. Tinha diante de me uma criança que tinha noção do que era o sofrimento.
Nesse momento ele começou a contar-me a sua história.
Ele era um menino muito pobre, o mais novo de cinco irmãos, os pais mal tinham dinheiro para a comida.
Um dia cansado de ver que a família não tinha o que comer, que não tinha o que vestir e que não tinha brinquedos como os outros meninos, resolveu partir. Agarrou na sua pedrinha da sorte, colocou-a no bolso dos calções e foi procurar uma maneira de ajudar a família.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O menino (1ª parte)


Vinha a caminhar pela baixa quando parei um momento. Fiquei a olhar para aquele animal que tanto me irrita nem sei porquê... sempre que vejo pombos quase entro em pânico.
Tens medo de pombos? - perguntou uma voz infantil e doce.
Olhei para baixo e vi um menino que me fitava com os olhos. Tinha uns olhos negros, muito brilhantes e profundos.
Fiquei uns momentos em silêncio olhando para esta pequena criatura... senti-me despida.
Senta-te aqui a meu lado. - disse ele fazendo-me sinal para me sentar.
Sentei-me mantendo silêncio e ele continuou sorrindo - Vamos dar milho aos pombos, vais ver que assim perdes o medo deles.
Começámos a dar milho aos pombos e eu perguntei-lhe - Estás aqui sozinho?
Ele sorriu e continuou a dar milho aos pombos.
Eu estou aqui porque perdi o que de melhor tinha - senti um aperto no coração enquanto ouvia estas palavras, não queria acreditar no que esta criança me dizia.
E que perdeste tu? - perguntei eu enquanto lhe passava as mãos pelo cabelo negro e liso.
Ele olhou para mim e naqueles olhos profundos comecei a ver a sua dor...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Try

The more I grow, the less I know...

sábado, 13 de outubro de 2007

Cheiro a chá


Já passava das cinco da tarde...
Comecei a sentir o cheiro a chá de jasmim... fechei os olhos... lembrei-me de ti.
Gosto de saber das nossas tardes de Agosto, em que nos sentávamos a contar histórias imaginadas na altura com cheiro chá de jasmim.
Um dia partimos com rumos diferentes, vivemos histórias, que ainda não contámos...
Tu vives a tua história de Amor real e eu vivo histórias de Amor imaginarias.
Também tenho vontade de como tu encontrar alguém... para partilhar, para falar, para ouvir, para chorar, para rir, para sentir... andar de mão dada... abraçar... e... saber que tenho tudo!
Fui até à cozinha e enchi uma chávena de chá... coloquei-a no chão do quarto e deitei-me junto a ela.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Used to Love U

Não me perguntem a razão pela qual gosto desta música... simplesmente acho a melodia, a letra e a voz do John Legend magnificas!

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Momento Eterno


Estava eu a ver umas coisas no Xavier (nome do meu computador) quando dei por mim a navegar na net, não que seja uma coisa habitual, mas aconteceu...
Encontrei-te aqui... um rosto que em nada me é estranho.
Começámos a conversar e parecia que nos conhecíamos desde sempre...
Passado um mês disse-te que ia a Lisboa para casa de uma amiga e combinamos encontrar-nos.
Era sábado à noite e o Bairro Alto estava apinhado...
Por entre o mar de pessoas os nossos olhos cruzaram-se...
Conseguimos passar... fomos ao encontro um do outro...
Sorrimos, cheios de emoção.
Antes que conseguíssemos proferir qualquer palavra, uma amiga tua veio chamar-te, puxando-te com uma enorme violência (parecia ser alguma coisa grave).
Vi desaparecer a tua imagem entre as pessoas, como uma memória que se esfuma...
Nem ouvi a tua voz...
Quando cheguei a casa da minha amiga enviei-te um mail a dizer que te esperava no dia seguinte no mesmo sítio às 15h, antes de me ir embora.
Mal dormi, aguardando o dia seguinte, pensando se conseguirias ler o meu mail.
E se não lesses?
O domingo de manhã parecia interminável, mal almocei de ansiosa que estava...
Fui até ao Bairro Alto. As ruas já me pareciam todas iguais, já não tinha a certeza do sítio onde nos tínhamos encontrado na noite anterior. Durante o dia é muito diferente.
Andei às voltas, até que me pareceu encontrar o local exacto.
Esperei... esperei...
Às 16h resolvi ir embora.
"Ele não leu o meu mail" pensei.
Desci a rua olhando para as pedras da calçada... começaram a cair gotas de chuva...
Continuei a olhar para baixo e virei à direita.
Começou a chover torrencialmente.
Ia começando a descer outra rua quando resolvi voltar atrás...
Subi e quando virei a esquina fui de encontro a ti.
Olhei-te nos olhos... sorrimos...
Ficamos em silêncio por segundos intermináveis a contar histórias mudas.
Pegaste-me suavemente no rosto e beijaste-me.
De olhos fechados fiquei a saborear este momento eterno.