sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Tic-tac

Tenho andado muito ocupada com uma tese sobre "doces".
Precisava de mais Tempo...
Tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Está a dar muito trabalho e é cansativo.
Por vezes tenho vontade de mandar tudo ao ar e ir embora, mas não tenho Tempo.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Para ajudar, ontem levei um tiro no peito.
Quando olhei para mim, tinha um buraco enorme que por pouco falhou o coração.
Passou ao lado, mas deixa a parte lateral do coração quase a descoberto.
Não me desviei, não estava à espera, não era Tempo.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Quis lamber a ferida, mas não deu Tempo, tive que voltar para a tese.
Ignorei a ferida, ela há-de sarar por si, é uma questão de Tempo.
Não doi, não há Tempo para isso.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Hoje: O começo de um novo dia.
Enquanto sorria, senti o perfurar profundo vindo de trás.
Levei outro tiro, este pelas costas.
Foi certeiro num dos pulmões.
Com um pulmão ainda respiro, mas com alguma dificuldade. Levo mais Tempo.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Olhando pela frente, fico com dois buracos no peito.
De certa forma já esperava levar um tiro nas costas, já era Tempo.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Continuo sem Tempo para lamber as feridas.
Talvez ignorando, os buracos cicatrizem.
Porque a vida continua e o Tempo tudo cura.
Amanhã mais do mesmo?!
Quantos mais tiros conseguirei aguentar?!
O Tempo o dirá!
Tic-tac, tic-tac, tic-tac.
O Tempo esgota-se, para tudo e para todos.
Tic-tac...
Tic-tac...
Tic-tac...

O Tempo é uma bomba em forma de relógio.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

sábado, 4 de setembro de 2010

quarta-feira, 1 de setembro de 2010